sábado, 9 de maio de 2009

universo musical

difícil falar e reconhecer a beleza das coisas em dias tristes (chuvosos inclusive). Mas a música, essa força que transcende e alimenta nosso espírito é impressionante.
Esse trabalho, além da qualidade técnica, é uma prova de que a tecnologia tem a importante possibilidade de unir as pessoas, os povos e celebrar uma linguagem única, universal - a música.

soube que john lennon ficou feliz, se arrepiou e tudo..rsrs

http://www.youtube.com/watch?v=Us-TVg40ExM
depois de falar de chico buarque, poderia perder horas falando sobre o fascínio da alma feminina, especialmente das que eu trago no coração e fazem parte da minha vida.
viva o romantismo, desque que nascemos.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

chico buarque e o sonho possível

pois é, o cara tava lá na minha frente. eu me perguntava pra onde vai o sonho realizado, depois que ele acontece. sei que na memória afetiva eterna eu vou ouvir e lembrar. mas sim, o cara tava lá em minha frente e eu entre o inebriante do sonho e o prazer contido da felicidade – de criança para um quase trinta – apertava as mãos do meu amor. É bom ter o amor ao lado, que releva estas sensações infantis e ri junto com a gente do jeito mais bobo. o riso de criança. com o amor do lado você pode e vai lembrar muito de tudo, com detalhes, até mesmo no infeliz dia em que você não quiser lembrar do amor.

E por que era sonho? era um show. mas era sem duvida diferente. me imaginei nos anos sessenta, o mundo aberto e uma estrada pra descobrir; pensei em setenta, tudo mais tenso e mais sativamente sereno, como uma casa no campo; entrei pelos oitenta, que quase sufocam, que querem algo novo, solto, diferente, mas que não sabe o que quer. E nos noventa, já maduros, se preparando pra crescer, eu transponho minhas verdades adolescentes sobre o mundo e percebo que chico é paratodos. quando eu chego nos dois mil, e percebo que de toda essa historia, restou muita historia musical pra contar, uma obra construída, os gritos das tias e sobrinhas, e ainda assim, sobrou uma pessoa ali, mais velha que meu pai e sentado, cantando. eu pergunto ao meu sonho? esse cara é maluco, o que ele quer mais ser, pra onde ele ainda quer caminhar, o que ele ainda quer construir... além do baba, dos netos, de paris, da mangueira, de caminhar e de água de coco. o que é isso a esta altura que faz chico buarque, sendo quem é, ser o que ele quer ser.

"Quando eu morrer, não se esqueçam, não se esqueçam de plantar um
flamboyant junto à terra, à terra em que eu descansar, pois eu quero que os meus
sonhos, meus sonhos de sonhador, abram-se em flores vermelhas, vermelhas de
muito amor". (Braguinha)


Escrevi esse texto no dia do show, depois de ter vivido essa experiência. E compartilho abaixo o clássico Olhos nos Olhos, com direito a explicação do mestre.

http://www.youtube.com/watch?v=tNe3HqZiyyw

Tô esperando uma explicação

21/05/2006

To esperando uma explicação
Para o amor sublime que deseja a felicidade
Mas não consegue consumá-la
E por medo, fadiga, suspiro racional ou dó da dor
Assume a queda, negação projetada, incompetente e sofrida

To esperando uma explicação
Se enxergar o outro é querê-lo
E só o desejo em si pode assumir em sê-lo
O que vos endurece é a solidão
O que resplandece é a outra vida que virá

To esperando uma explicação
Para o querer descobrir, tentar descumprir
Subir sem medo de cair, fugir com medo de ferir
Ter na dor um alento pra justificar o não
To esperando uma explicação

Per meua xiqueta...

21/11/2006

O seu olhar no meu olhar
O seu sorriso junto ao meu
A sua mao sobre a minha
Que lindo é viver esse amor

Abraça-me e recorda que,
A minha vida, foi feita pra ti

Me faz viver a vida,
que te farei viver feliz
Me faz viver sonhando,
que te farei ser amada

Vem e fala no meu ouvido
que lindo é viver esse amor

Abraça-me e te recordarei,
que a minha vida,
foi feita pra ti.

Cássio Brito

terça-feira, 7 de abril de 2009

pedindo permissão

como o propósito deste espaço é compartilhar, dividir. Isso refletido na minha necessidade de expressão e na de cássio, vale uma breve colocação sobre buscar (escrever, falar) poemas. Aos meus amigos, alguns distantes geograficamente:
não é pretensão nem tentativa de nada. É somente por achar e sentir que a prosa é mais verborrágica, dura e direta. E que a poesia, sendo mais delicada, causa efeitos mais devastadores, e serve para expressar dores mais profundas, brilhos mais reluzentes e compreensões mais verdadeiras das várias “coisas” que acontecem entre o céu e a terra e que pairam no nosso ar cotidiano. É mais fácil não literalizar nos parágrafos o que queremos dizer de fato. A poesia, ao mesmo tempo em que expõe, nos protege. E isso é fato. Basta ter sensibilidade para perceber.

O poema é uma garrafa de náufrago jogada ao mar
Quem a encontra
Salva-se a si mesmo...

(Mário Quintana)

trilha



Não saber, por não sonhar, não almejar
Eu quero também fugir, sem saber
Só sentir, talvez querer tocar, poder imaginar
Poder se perguntar e ouvir sem querer entender

Se jogar sem manual, pegar a corda, pular
Se pendurar, se envolver, virar, se soltar
Cair fundo, mergulhar e abrir os olhos sem respirar

Pegar o ar, olhar pra cima e enxergar
Uma luz que ofusca, mas esquenta o rosto
Porque o brilho que eu trilho, cega e aquece
É o sol


Escrito por Marco às 16h50

a creditar

14/04/2006


Acreditar

Creditar a alguém a sua convicção

De que amanhã não vai chover

E o aperto profundo do coração

Será só de esperança

Que dança

Mesmo no desencanto, desilusão

Lutando por querer

Segurando a mão

Sem olhar a quem

E acreditar


Escrito por Marco às 21h12

Caleidoscópio

Por que o cair em si da madrugada silenciosa
É tão duro quanto a pedra brilhante do olhar da foto

Por que os nós são tão apertados
E só percebemos na hora de desatá-los

Por que o raio de sol de Domingo entra cortando a carne
E expõe na mais tênue transpiração
O externar das angústias mais recônditas

Por que aquela voz que canta no rádio, canta pra mim
Pra me atingir, me ferir, me provocar, destroçar

É maior, melhor para o coração
Enxergar a vida por cima, sem minúcias
Superficial

esse tal de amor


15/10/2007

Nunca imaginei que pudesse pegar no amor
Até já pensei em me esconder do amor
E por vezes me perguntava o porquê do amor

Mas em poucos anos de vida, passei a compreender melhor o tal do amor
Porque também passei a enxergá-lo mais vezes, pelas ruas, em vários lugares
E entendi que ele não espera pra acontecer, não espera o grande momento

Ao contrário do que imaginamos, e por mais sublime que ele seja, o amor não é vaidoso
É grandioso, quase nunca criterioso, se manifesta em tudo, todos, ou quase...
E sendo assim, ao cruzar com as pessoas nas esquinas, ao conviver com elas

Percebo que por entender, acredito mais no amor
Confio na sua presença, não quero mais me esconder
E não quero mais pegá-lo, tê-lo pra mim, guardá-lo (o amor é livre)

Porque agora aceito seus porquês, já que são tantos
Tantos e tão simples, que na essência, basta sentir o amor
Já que ele está (oni) presente

Nos momentos mais tristes, mais angustiantes temos amor do perdão
Nas desilusões, no sofrer, temos o amor do ouvir, do calar-se para o silêncio de dentro
Na paixão temos o amor do querer
Na dor, o amor de irmão
No compartilhar, o amor de amigo
No futuro, temos o amor de sonhar
No dia de hoje que começa e termina, temos o amor de refletir, de construir
São tantos amores que sem nem perceber
Em todos eles
Eu tenho você



Escrito por Marco às 22h16

O sol de lucas


19/11/2006

Dizem os gregos, baseados na sua mitologia - tão famosa em seus deuses e representações e hoje tão presentes na cultura pop, por serem eles, os deuses, falíveis e inseguros como os humanos - que a força do astro rei está associada a renovação. É a luz do sol diária, pungente e infindável, que traz de volta na manhã de um novo dia, a sensação do recomeço, da possibilidade, do sonho realizado. É esse reparte do tempo em dia e noite que renova as esperanças e nos coloca na situação de guerreiros da acrópole, de filósofos da academia, sempre buscando um significado um motivo para seguir este sol, este novo amanhecer.
Todos os dias ao sair para o trabalho, mesmo em dias chuvosos, tenho um sol só pra mim. O sorriso de Lucas, ainda sem dentes, mas cheio de verdade espontaneidade e pureza, é pra mim o sol com seu brilho de renovação.
É difícil mensurar o que sinto, mas é perfeitamente compreensível, que na bagunça dos nossos corações e também da nossa casa, dos nossos espaços (quase inexistentes hoje) ele se resguarde admirado, assim como apreciamos a luz, sentimos o calor, nos deixamos envolver pela poesia de um poente de verão. Lucas nasceu forte, cheio de coragem, sobreviveu incólume a dificuldades, e é hoje a maior representação da vida e da renovação para mim. É emocionante, depois de tudo que aconteceu direta ou indiretamente a todos nós, e diante das mudanças todas, dificuldades maiores e desgastes também na vida de todos, como ele é maior, como ele representa mais – vida, sorrisos, sensibilidade, compreensão e solidariedade.

Essa semana ele completará 5 meses e quando olhos seus olhos curiosos e diretos buscarem as referências deste mundo, nas cores, movimentos e luzes do dia, penso que é possível sempre transformar o mundo em que vivemos, o mundo à nossa voltas e por conseqüência as nossas relações.

O sorriso solar de lucas me dá esta lição todo dia.

A agonia da sobrevivência

14/11/2006


Vamos companheiro,
que a fronteira é perigosa e atraente.
Caminhamos meses
entre a solidao e o medo
para que hoje sejamos amigos.
Aperte forte a minha mao,
que a sua luta é a minha luta também.

O silencio da noite
contrasta com a agonia do meu peito.
A esperança me faz louco,
E na minha loucura arrisco minha vida.
Nao quero mais fome, nem guerra,
Somente a paz do dia a dia.

Amigo, a Africa já nao é segura,
E nossa água já nao está pura.
Nosso bilhete é só de ida,
lutemos juntos por nossa glória.

O que passa companheiro?
Levanta e caminha,
porque esse é o momento.
Recorda todo o nosso sofrimento.
Amigo nao falhe agora,
o seu sangue é o meu sangue,
e sem você, o caminho é duro e frio.
Amigo? Amigo?...
...que o seu mundo seja melhor que o meu...

Cassio B.


Escrito por Marco às 20h00

meu dogma (poemeu)

11/01/2007

Não esteja, seja.
Não respire, suspire e transpire.
Não contemple, descubra.
Não feche as portas, abra caminhos.
Não simpatize, conheça as pessoas.
conheça cada mundo que elas trazem consigo.
Não contrua castelos, trilhe estradas.
que te levarão a lugares, que te levarão a outros caminhos.
Em ciclos, atalhos, vias intermináveis.
Do tamanho de nossos mundos.
Não o mundo que achamos, vemos ou imaginamos.
Mas um mundo que está guardado, adormecido em nossos corações e mentes.
Que só surge quando permitimos, no descobrir, no olhar do outro.
A sua verdade e os nossos sonhos.



Escrito por Marco às 12h33

A não-zaga...

29/05/2006


Tudo menos o óbvio. É o que peço. Sei que seremos bombardeados – agora através de TVs de plasma. Aqui pra nós o brasileiro é facilmente movido a qualquer febre consumista – com as conclusões arrogantes de Galvão Bueno e seus clichês repetitivos, verdades absolutas, simbolismos do monopólio poderoso da Vênus Platinada mais evidente ainda em ano de copa. Saber que isso vai acontecer já me enoja. Essa impossibilidade de opções é péssima em todos os sentidos. Ouvir comentários improcedentes sobre o posicionamento de Ronaldo Gaúcho, considerando a influência aerodinâmica do vento sobre o seu cabelo; análises sobre o modo gazela de correr do melhor juiz europeu, que compromete a marcação dos carrinhos por trás; o Jardim Irene torcendo enfeitado por Cafu; a brasileira mulata-gostosa-estereótipo de europeu (na Alemanha, imaginem) rebolando efusivamente com o cartaz nas mãos: Galvão, filma eu!
Bom isso é o futebol no Brasil. Nós já conhecemos esta história. Acontece de 4 em 4 anos, em uns com mais entusiasmo – como é o caso agora – e em outros engolindo Dungas e Zagalos – Ah!... todo mundo mané tem 13 letras – mas, após breve contextualização, queria propor uma reflexão:
Vamos montar uma defesa forte e compacta pra não sermos surpreendidos pelo que a mídia pretende nesse ano de copa. Vamos fantasiar para brincar com nossas possibilidades absurdas, porque o futebol é assim....bola na trave, pênalti aos 45, coração acelerado e respiração presa, prontos para uma explosão descomunal. É o único momento em que o homem – ser masculino – consegue expressar suas emoções verdadeiramente. Isso tem que ser valorizado, meu Deus, inclusive para estudos mais aprofundados.
Bom, não acredito no hexa, até acho que o Brasil está a um nível acima das demais seleções, mas pelo simples fato de preferir a fantasia, em vez de imaginar a disputa desigual com a seleção canarinho – ê clichê fio da puta - dando um show e encantando o mundo, alimento o inusitado da arte, de um esporte que de precisão técnica tem muita paixão e surpresas. Isso é o mais maravilhoso. Por isso acho de verdade que o Brasil de 2006 será como o de 82. Lindo e mágico, mas que perde a outra semifinal pra Itália. Imaginem que Juan vai se machucar e Luizão simplesmente contrai uma infecção intestinal com um salsichão. Nossa zaga será, portanto: Lúcio e Cris...isso mesmo. Tá lançado o desafio e quero ver quem vai pensar em quarteto com uma zaga dessas. Já confabulei com meu amigo Rafa – agora colunista do Globo On Line na Copa, vejam a indicação do blog dele ao lado – e aventamos a possibilidade de recuo de Edmilson ou escalação de Rogério Ceni, que na pior das hipóteses sabe sair jogando, pode lançar a longa distância e num momento emergencial de contra-ataque fazer uma ponte espetacular salvando a seleção de uma desesperadora disputa de pênaltis. Eleja, portanto, a solução para a não-zaga.
A propósito, to torcendo pra Angola com camisa e tudo, e acredito de verdade que a Costa do Marfim surpreende a Argentina e chega à semifinal com a Alemanha, mas perde.



Escrito por Marco às 01h21

Pipoca baiana - pavão leonino

Embora desligado do mundo baiano, vi alguns momentos televisivos na sua maior festa, o Carnaval; expressão múltipla de sua “cultura”, mostrando pro mundo essa potencialidade de festejar, celebrar, reunir milhares de pessoas ao ritmo dos tambores – zorra, não agüento mais esses clichês - e seguir atrás do trio, ao som de um grande artista que para a cada meia hora ao ver qualquer câmera televisiva ao longo do circuito. É fato que todos bebem na fonte da baianidade, do ministrartista ao mais insignificante cantor de pagode, se beneficiando disso durante o ano em micaretas e turnês pelo mundo, e que as várias formas do mosaico baiano são instrumento de interesse internacional há anos, mas o óbvio, que dá projeção ao Carnaval está cada vez mais obscurecido: Como uma manifestação popular, a folia de momo emana essencialmente da mobilização dos baianos, do que eles fazem nas ruas. Os blocos, camarotes e os artistas numa outra escala, são figurantes complementares da expressão popular. Cada vez mais oprimidos geograficamente e reprimidos pela elitização e violência, o “pipoca” estabelece uma relação conflituosa com sua busca por participar da festa, cada vez mais espectador e cada vez menos atuante.
O quase desfile, ainda interessante pela diversidade musical e poder de atração, tem 10 caras ganhando muito dinheiro e vem nos últimos anos explodindo em visibilidade. Mas o que será de nós quando nem pudermos assistir. O baiano adora que a festa dele apareça, adora o bairrismo, adora a Band, Xuxa e até Bono Vox é aplaudido – metade das pessoas não sabem 1 música do U2 – que vira amigo Bono. Mas o problema é serio, de política pública, que interfere inclusive na visão que o turista estrangeiro tem da festa baiana. Ou você acha que o holandês vem pra cá pra sair no Eva?



Escrito por Marco às 22h04

Massa indigente, miséria latente

Ainda hoje num dos vários sinais, que além de nos “obrigar” a exercer a cidadania bipolar na relação com o pedestre e no respeito a rubra referência, que nos previne de possibilidades de choques sociais cada vez mais evidentes, constatei que a nossa imparcialidade como seres humanos e impassividade como cidadãos está cada vez mais sendo posta à prova, testada e forçosamente estabelecendo uma reflexão, impondo praticamente o mínimo de sensibilidade, nos expondo diante de nossas fragilidades. Senti-me culpado por ter me alimentado há poucas horas, ao ver a expressão cênica do Brejo da Cruz, lírica buarqueana entranhada na nossa sociedade. Mães miseráveis, crianças em bando – malabaristas de barriga grande, estômagos vazios – canelas finas equilibrando infâncias perdidas, alimentando-se de luz, transformando a dureza do asfalto, da cidade partida, desigual.

- Tio, pode buzinar?

Estarrecido - eu estava de vidro aberto e já tinha negado uma gorjeta, deixada há 10 minutos e 200 metros atrás – concedi o talvez primeiro contato daquela criança, com o bem mais simples e intangível pra ele, embora certamente presente em seus sonhos. Ele teve acesso ao volante, e em poucos segundos, com minha permissividade incomum naquele ambiente hostil, outros já faziam o mesmo. Um deles, mais esperto e com “conhecimentos automobilísticos” apertou o botão do pisca alerta e foi conferir feliz a efetividade do mecanismo na lanterna traseira; um terceiro posou a mão sobre o volante, e sem forças, pediu que apertasse sua mão e o ajudasse a talvez sua única alegria simplória naquele dia. Um ato ínfimo. Fui feliz por esse momento.
O sinal abriu. O carro de trás, alheio a tudo isso, fez questão de me avisar histericamente.

12/03/2006

Botando pra fora!

10/10/2005


Lembro que há 3 anos atrás, estava com a mente cheia de planos, idéias e certezas!
Hoje, aqui no meu quarto, paro e penso o que tem em comum meus planos de antes com os de agora.
Penso que nao sou o unico a ter essa duvida, recordo que nao é a primeira vez.
As coisas tem mudado muito, e isso tem influenciado nas minhas atitudes e crenças.
Agora me encontro mais maduro... Antes nao sabia das armadilhas que haviam no caminho,
acredito que ainda me falta descobrir muitas, mas ao menos eu sei que elas exitem.
E se nao passa comigo passa com alguém proximo a mim.
Me vejo diferente daquele estudante que aceitava tudo e dizia amém,
quem sabe por medo ou simplesmente por respeito,
mas agora os tempos sao outros, saimos do mundo protegido dos colégios
e entramos na selva das empresas...
E em uma delas me topei com um chefe mercenário, e o que eu fiz?
Nada...aceitei...isso mesmo, engoli a trago seco,
mas agora nao aceito mais, porque como dizia Chico Buarque “mas chega um dia que o bicho chia”
Estou livre e me sinto com medo porque nao sei o que vou encontrar ai fora.
Vou dar a cara e com a certeza de que as coisas agora serao diferente porque nao calarei
e nao vou concordar com nada que eu veja errado.
Acredito que meus sonhos sao os mesmo de antes, quero aprender, conhecer coisas novas, viver coisas novas....
Porque acredito que graças a eles hoje eu estou aqui,
Vivendo duro a cada dia, porém confiante no dia de amanha.

Cássio B.

Vida Cravada

28/09/2005


Vida leviana de pensamentos levianos
De Genis e de Elenas
Que nos rodeia e nos seduz
Vem e me crava a dívida
No lugar da dúvida
Porque pagar com o amor
Será sempre melhor do que pagar com a incerteza

Vida dificil de dureza infalível
De suor e lágrima
Que nos cansa e nos entristece
Vem e me crava o sacrificio
No lugar do fácil
Para que se abra o caminho
Antes de que se feche um atalho

Vida infalivel e leviana
De Genis e de Lágrimas
Que nos rodeia e nos entristece
Vem e me crava o amor
No lugar do sacrifício
Porque é mais facil viver amando
Do que a dívida de ser amado.


Cássio Brito


Escrito por Marco às 05h07

solidão, cadê a solidez?

18/09/2005

Nessa hora de Sábado para Domingo, não é fácil, absorver a solidão e a
>falta de solidez idealista que me corrói, depois de mais uma rodada de
>notícias internéticas. Algumas coisas me acometem pessoalmente como minha
>separação ainda sofrida, que o tempo me responderá para meu alívio ou
>angústia - decorrente das incertezas de decisões -se fiz a coisa certa, mas
>que temos que enfrentá-las em alguns momentos, como já é sabido por vocês.
>Ainda me agrava a dor da alma, essa crise política que me afeta muito
>pessoalmente. Somos obrigados a ouvir certas coisas, aceitar certas
>explicações e engolir críticas estapafúrdias e oportunistas. Isso dói. Ver
>coisas indo pelo ralo, um sentimento de letargia, paralisação, como se um
>sonho que já vínhamos defendendo com dificuldade e dignidade, fosse
>entregue a um buraco negro sem pecedentes, nem fundo. A sensação de poesia
>libertária, de respirar um ar leve e cheio de esperança no Farol da Barra
>em 2002 - lembra dessa? - parece que não existe mais, quando vc vê Genuíno,
>outrora guerrilheiro convicto, envolvido em avalizaçao de emprétimos, em
>escândalos de assessores...peso e desolação, decepção e angústia de não
>saber pra que lado ir, quando responder e o que responder. Tenho preferido
>o silêncio, o não comentário, sentindo calado essa brasilidade perdida ao
>longo de tempos...a esperança presente da social democracia, inserida em
>palavras de ordem, em barbas ralas, em estrelas vermelhas, agora é
>infelizmente questionável. É um desabafo curto. Um dia eu monto um blog.
>abraços.



Escrito por Marco às 19h30

Caros Ilustres

21/09/2005

É com muita desilusao, raiva e impotencia que escrevo neste blog a toda
camada de politicos, desde o Presidente passando pelos Senadores, Deputados
e toda esta costra de sujeira e lama que me envergonha e me indigna. Nao me importa se é do PT, PMDB, PTB OU PSDB, voces sao a pior raça de brasileiros que podemos ver e ouvir.
Vivo na Espanha há 2 anos, e tinha esperança de ver um Brasil diferente, mas
como sempre, o governo e toda a sua base decepcionaram mais uma vez. A cada
dia um novo trambique, seja de um deputado do governo ou da oposiçao, a cada
dia um comportamento de moleque. Indigno de representar qualquer brasileiro.
Infelizmente a unica arma de uma populaçao sem educaçao e sem memoria sao as
eleiçoes, e sao nelas que parasitas politicos como todo os deputados e
senadores se proliferam! A camara dos Deputados e do Senado, é como um
grande prostíbulo onde quem tem mais dinheiro é o que comanda, onde a falta
de dignidade impede de realizar um trabalho árduo e contínuo. Voces
politicos hipócritas se merecem uns aos outros, feliz do país que pudesse
viver sem ter que sustentar vermes famintos pelo poder e pela corrupçao.
Como me encantaria poder fazer chegar esta mensagem a cada um desses
politicos, e poder dizer que desprezo totalmente a cada um deles.
A única soluçao do nosso país vem do povo, vem da nossa força de vontade de
mudar as coisas, nao sei quando acontecerá, mas pode ter certeza que o dia
de voces estarao contados, nao porque Deus quer, mas sim porque o nosso
instinto de justiça nos levará até voces, e quando este dia chegar,
eliminaremos a todos estes vermes parasitas que sugam do nosso suor e
trabalho.

Com um especial desprezo a nossa politica,

Cássio Brito

Cortaram na minha própria carne

Escrito em 12/08/2005

No auge da minha tristeza, hoje eu chorei. Não imaginei que tivesse capacidade, ou que estava nesse nível de sensibilidade política. Mas ao ver o presidente falando para o povo brasileiro, enxergava descompassada mente o operário, ainda de barba espessa, linguajar tosco e um brilho de povo no olhar. Vi mais tarde, quando seus olhos ameaçavam olhar nos olhos dos telespectadores com um pouco mais de hombridade, o Lula da caravana da solidariedade, que conheceu o país, que ao lado de brizola tentou fazer uma campanha que de fato valorizasse as peculiaridades de cada região, e projetou-se como ícone popular apertando as mãos das pessoas, lhes dando a famigerada esperança de se verem no comando do país. E por último, já no final, quando a câmera correu o salão, circundado pelos ministros, pasmos, desacreditados, sonolentos, displicentes... vi o Lula do showmício no Porto da Barra. Eu estava lá, cantei o jingle, gritei e sonhei... acreditei numa liberdade que eu jamais sonharia, de ser brasileiro com orgulho de além copa do mundo, de me sentir na pele dos semelhantes, de me sentir projetado na figura daquele homem rude, simples, sensível, idealista, perseverante, e que despertava em mim, um sentimento forte de grupo, de fazer parte de um país que daria certo, que seria justo finalmente com seu povo. Em pouco tempo eu não o reconhecia, não me reconhecia, tudo isso me veio na cabeça, minhas defesas veementes por tudo isso, meu idealismo de estudante pelego, mas confiante. Nesse sufoco, nessa confusão, eu não mais enxergava o que eu queria. Ainda tive tempo de ouvir meu irmão repetir ironicamente que “ todos são iguais, por isso que o povo vota em ACM”. Nesse momento, desisti de segurar a lágrima e me retirei da sala.



Só quis botar pra fora. Desculpem pelo desprazer de compartilharmos.




Escrito por Marco às 19h00

Eu tenho uma reclusão natural e até lido bem com isso. Há momentos e fases em que precisamos nos proteger em nosso próprio mundo, onde não há o desconhecido, onde o novo não é bem-vindo.
Mas quando se vive uma fase instável de sentimentos aflorados e ainda capazes de desnortear ao promover a nostalgia sensível nas tardes dominicais, é muito perigoso e doloroso estar só. Embora eu reconheça que é necessário o respeito ao tempo, aos nossos próprios sentimentos, ainda que controversos, e cultivar a reflexão, o autoconhecimento, tudo isso representa um enorme sacrifício psicológico, um exercício sentimental militar, um censura – aqui não vale a metáfora analógica – reacionária a um coração histriônico, um grito perguntando: “o que é que eu tô fazendo comigo?”. O paradoxo do perturbado, da decisão racional num ser humano emotivo e que – embora virginiano metódico – não permite as emoções.



Escrito por Marco às 21h15

Sobre você


Posso dizer muito
Posso entender pouco
Percebo sua força nos detalhes
Sua honestidade nas atitudes
E embora todo ser humano tenha seus segredos contidos
Seus medos reprimidos
Essa ojeriza a hipocrisia
Essa busca pela verdade, pela sinceridade
Torna tudo mais transparente à sua volta
Essa expressividade, às vezes agressiva aos olhos do outro
Às vezes ofensiva por quem é surpreendido com a sinceridade
É um bem para quem está contigo, à sua volta
O mundo, nós, tudo que nos cerca precisa de clareza
Precisa de pureza de sentimento, e ser sincero é ser puro

Escrevamos

Escrevamos...e expurguemos os pensamentos caóticos sobre o nada, as conversas de mesa de bar, as reflexões sobre...sobre o in-futuro que nos consome – o que eu vou ser quando o mundo crescer?

Escrevamos...e vamos assim nesse dialógo monocórdio buscando no outro (nós mesmos) uma certeza que não existe. Assim como não existe a felicidade consumada em plenitude.

Escrevamos...e vamos assim estirpando cada fantasma que nos atormenta desde a infância, cada dúvida freudiana que formou nosso caráter e nossas opiniões sobre as convenções e a ordem social. Assim aprendemos que tudo é relativo, até nossa “velha opinião formada sobre tudo”.

Escrevamos...e fujamos assim de nós mesmos, do que nos atormenta, criemos trilhas em meios às estradas duras e concretas que nos ferem os pés, nos machucam a alma, a cada passo. E continuamos seguindo em frente – mesmo que para trás - durante as 24h do dia masoquista dessa estrada da vida.

Escrevamos...e nos revelemos como somos; frágeis, inseguros, ávidos por tudo- com medo de tudo, cheios de esperança pueril de coisas bobas, simples, mas ainda possíveis. Os sonhos, esses pelo menos, são inatingíveis.

Escrevamos...e busquemos no amigo de nós mesmos, no nosso alter-ego fiel, não as respostas que nós sabemos, mas sim as perguntas que não temos coragem de nos fazer.

Escrever é o exercício do paradoxo....a cada sílaba construída, desconstrói-se um ser em todas as suas referências.

A perda e a falta


07/11/2006

Perder é ter dor de não ter.
É um pedaço estirpado, naquele momento incólume e sem aviso.

A falta está presente (ausente) em tudo.
No cheiro da roupa, na luz acesa do quarto, nos minutos que não passam no relógio, no pedaço de vida ainda.

Perder é como um corte de faca afiada, profundo, doloroso e surpreendente.
É preciso estancar o que escorre pra poder cicatrizar, é preciso secar as lágrimas pra recomeçar.

A falta é de todo dia e por todos os dias, pra sempre. Pode ser simples e superficial, nos detalhes, mas é sempre imprudente.
Não ver, não tocar, não dizer. Apenas a dor egoísta de doer.

Todos perdem. Poucos sentem falta.



Escrito por Marco às 23h51

Partindo do acaso…

13/11/2006

O que fazemos quando aperta o coraçao,
quando o passado vem a mente
e nos faz sentir um rio de emoçoes,
que inunda os olhos e transborda no rosto…
Um rosto em que muitas vezes
nem mesmo a própria pessoa reconhece?

O que fazemos quando sentimos um vazio,
ainda que sem motivo,
nos faz sentir só….
como uma roupa guardada num armario,
esperando um proximo inverno?

Porque seguimos caminhos desconhecidos,
Tendo ao lado a probabilidade da incerteza,
Tendo ao lado a sensaçao do medo…
O que nos faz seguir adiante?

Na verdade tudo nao tem pé nem cabeça…
Até mesmo esse texto…
Porque as lagrimas que outrora
eram sinonimo de tristeza,
já se encarregaram
De levar e lavar todas as dúvidas e até mesmo o medo…
Igual agora vem a calmaría….
Preparando o ambiente quizás para uma proxima tempestade…

Cassio Brito

Meu Caro Amigo

Cabeça Meu velho,

Mesmo estando longe sei que conversamos muitas vezes pelo www.cancaodaamerica.zip.net em momentos e detalhes únicos, como se estivéssemos na mesa ao lado do totó no Integral, como se estivéssemos no terraço da casa da ladeira do pepino, ou nos botecos do Imbuí, de Brotas, da Pituba, nas barracas de praia dos babas de sábado ou nos vários lugares que viajamos juntos – física ou mentalmente. É com esta certeza da presença constante e do valor das amizades na nossa formação como homem que já somos, que sigo minha vida e alimento sempre a felicidade de ver as conquistas, os sonhos e as escolhas dos meus amigos em realização. Podemos estar distantes, mas sempre estaremos próximos, porque os amigos não se cobram, apenas se levam no coração.
Um feliz aniversário pra você neste 08 de Fevereiro, com saúde, indignação e sonhos sempre. Continue, porque sonho é destino e viver é nada mais do que caminhar aprendendo e olhando pro lado.

Grande abraço pra você e pra Lorota (lembrei agora) que hoje comemora também 37 anos....rsrsrs.
Fique abaixo com Chico, em mais um momento de genialidade, porque dia 18 de Março eu estarei lá ao vivo reverenciando o mestre Buarque.

P.S. Colocarei este e-mail no canção pra eternizar esta data.


Marquinho


Meu caro amigo
Francis Hime - Chico Buarque/1976




Meu caro amigo me perdoe, por favor
Se eu não lhe faço uma visita
Mas como agora apareceu um portador
Mando notícias nessa fita
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita mutreta pra levar a situação
Que a gente vai levando de teimoso e de pirraça
E a gente vai tomando, que também, sem a cachaça
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu não pretendo provocar
Nem atiçar suas saudades
Mas acontece que não posso me furtar
A lhe contar as novidades
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
É pirueta pra cavar o ganha-pão
Que a gente vai cavando só de birra, só de sarro
E a gente vai fumando que, também, sem um cigarro
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu quis até telefonar
Mas a tarifa não tem graça
Eu ando aflito pra fazer você ficar
A par de tudo que se passa
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
Muita careta pra engolir a transação
E a gente tá engolindo cada sapo no caminho
E a gente vai se amando que, também, sem um carinho
Ninguém segura esse rojão

Meu caro amigo eu bem queria lhe escrever
Mas o correio andou arisco
Se permitem, vou tentar lhe remeter
Notícias frescas nesse disco
Aqui na terra 'tão jogando futebol
Tem muito samba, muito choro e rock'n' roll
Uns dias chove, noutros dias bate sol
Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta
A Marieta manda um beijo para os seus
Um beijo na família, na Cecília e nas crianças
O Francis aproveita pra também mandar lembranças
A todo pessoal
Adeus

ACM

2 minutos de morbidez:

Alguns lutos, quem sabe uma estátua, possivelmente um trio elétrico.

Esperei que ele morresse no 2 de Julho, por motivos óbvios.

política pos mortem

A rivalidade política chegou aos extremos: No dia em que ACM morre, Waldir Pires é demitido.

Sobre você

Posso dizer muito
Posso entender pouco
Percebo sua força nos detalhes
Sua honestidade nas atitudes
E embora todo ser humano tenha seus segredos contidos
Seus medos reprimidos
Essa ojeriza a hipocrisia
Essa busca pela verdade, pela sinceridade
Torna tudo mais transparente à sua volta
Essa expressividade, às vezes agressiva aos olhos do outro
Às vezes ofensiva por quem é surpreendido com a sinceridade
É um bem para quem está contigo, à sua volta
O mundo, nós, tudo que nos cerca precisa de clareza
Precisa de pureza de sentimento, e ser sincero é ser puro

a elite e a tropa

Acabei de ver na Record – tema para outra reflexão posterior – no programa de auditório comandado por Eliana “Dedinhos” um quadro sobre Tropa de Elite. Com direito a dançarinas caracterizadas com shorts minúsculos em tom verde oliva, boinas... participação do capitão Fábio, o número 2, como entrevistado e trilha sonora original cantada ao vivo pela banda Tijuana.
O que tem demais nisso, além de mais uma inventiva atração dominical da tv brasileira?

O fato é que Tropa de Elite não foi exibido na TV ainda – a Record quer pagar uma fortuna a José Padilha por isso, pra exibir o filme já em Dezembro – e, portanto, não sendo um produto popular, não deveria ser referência de conteúdo para um quadro do domingão da tv, faixa horária mais democrática, onde cabe de tudo e de todos, mas desde que se agrade a maioria que está em casa por opção, ou pela falta de.

Não deveria né... mas todo mundo viu o dvd pirata, antes de sair no cinema. E os mais de 2 milhões que viram no cinema, embora seja um número expressivo para o meio, correspondem a pouco mais de 1% da população desta nação brasileira.

Então chegamos nós ao cerne da questão. O filme é um sucesso. Mas Pirataria é crime previsto em lei, certo? Quem produz e consome compactua com isso age de forma errada certo? Se o filme é um produto de propriedade intelectual, as pessoas que trabalharam nele deveriam receber pela exibição, exposição de sua imagem e conseqüências culturais (vide o programa de Eliana) e sociais (pouco comentadas em minha opinião) geradas pela obra de ficção.

Hipocrisia. Tropa de Elite é um fenômeno popular de audiência, mensurada pelos camelôs de todo o país. Seus atores, expressões, figurino e até mesmo, todo o entendimento real de como funciona a relação traficante sociedade do asfalto no rio, tudo isso, é na sua mediada de sua complexidade, reconhecido hoje pelo brasileiro médio. Aquele que vem comprando dvd na insinuante a R$199,00 e já na saída do shopping adquire seu “primeiro exemplar” audiovisual a 3 conto.

É de fato interessante esse fenômeno. A mídia brasileira de intelectuais inclusive já discutiam o filme, antes mesmo do cinema, e a questão da pirataria, que acabou sendo suplantada pelo sucesso da obra de Padilha, acabou mais uma vez, como exemplo de lição de hipocrisia nossa em relação ao modelo de sociedade e o que nos disseram que é certo e errado.
Não encontramos soluções viáveis, alternativas, transformamos o ato em crime, mas convivemos pacificamente com ele. Reclamamos até, em mesas de bar com amigos reproduzimos discursos, temos até na nossa formação moral opinião formada sobre essas pequenas contravenções, os pequenos delitos...mas alimentamos o sistema, esta instituição. Compra-se na mão de cambista, fuma-se um baseado ali, cheira-se um lança perfume no carnaval, dirigi-se depois de uma cervejinha, joga-se no bicho – esse merece menção honrosa: Jogo do bicho tem banca na rua, financia escola de samba e anuncia em rádio popular. Porra regulariza a zorra do jogo, e águia na cabeça. A regularização obrigará os bicheiros a serem fiscalizados legalmente e com muito mais eficiência – via documentação que passa pela receita federal.

A pirataria é só mais um produto das nossas relações sociais, que envolve acesso a tecnologia e ter algo que gostaríamos por um preço mais baixo, até mais justo.
E não discutimos isso abertamente. O estado faz o papel dele, criando a lei e reprimindo o uso aqui e ali, mas os atores envolvidos, os consumidores, os prejudicados, ninguém participa dessa discussão, ninguém se pergunta como lidar com isso...porque todo mundo quer comprar um filme por 3 reais e do outro lado o camelô precisa comprar o leite dele com formol.
É uma indústria paralela, que funciona a nossos olhos....a tropa consome e a elite faz vistas grossas.





Escrito por Marco às 15h39
23/05/2007
Vai meu amor, vive a vida que voce quer,
Aquí estarei, para reaprender a andar,
A sentir o sabor das coisas sem a ajuda do seu gosto,
Vai, vive tudo o que voce sonhar,
Que aquí estarei, para reaprender a sorrir sem a juda do seu riso,
Vai, vive, sonha e ama, ama como me amou,
Se entrega, como me entreguei, e nao esqueça de sofrer como eu sofri,
Porque só assim sentirá o amor, com toda a sua força.


Que vazio está tudo, que frío faz aquí fora,
Fora do seu mundo, do seu abraço e do seu olhar.
Os dia apenas alternam entre o sol e a escuridao,
As noites apenas servem para ver o quanto sinto a sua falta,
E a medida que que o tempo passa, vejo que nem eu, nem voce fomos especiais
Que na verdade fomos um a mais na multidao.

De nada vale historias de amor, de nada vale musicas e cartas, de nada vale,
Porque nada enche, nada completa, quando nao vivemos ao lado de quem queremos .
Já virao novas manhas… novos passaros que me farao cantar novas melodías,
Ja brotarao novas arvores, que darao novos frutos e sombras.
Só posso te desejar sorte, só posso te desejar felicidade, porque foi isso que sempre desejei para você…

Vai, e vive tudo o que eu viverei a partir de agora,
Vai e seja feliz, como serei a partir de agora,
Vai, mas por favor, nao volte…


Cassio Brito

Há diversidade (adversidade)

No limite da diferença, a intolerância
No limiar da equivalência, a igualdade

De fato não somos iguais, nem um pouco. Somos somatórios de experiências, referências de educação e valores de família e demais ambientes que convivemos; e reflexo de nossas próprias dúvidas e descobertas pessoais. Um volume imenso de questionamentos perenes e que se renovam a cada dia paira sobre um mar de incertezas, onde precisamos mergulhar e buscar lá no fundo, talvez, alguma resposta convincente, que nos alavanque de volta à superfície com uma possível nova percepção sobre este oceano, infindável, misterioso e convidativo da vida humana.

Ter sensibilidade para perceber isso e decidir pessoalmente sobre esta aventura, pulando de cabeça no oceano, é uma incumbência cada vez mais difícil. O grande mal do ser humano é a solidão, mas o grande desafio da sociedade é conviver entre si, com a diferença. Esse paradoxo se reflete num substantivo reconhecido e de várias facetas: a insegurança; que se nos acompanha incessantemente desde que nascemos na forma como enxergamos o mundo e principalmente nas diretrizes de nossa educação –formal, acadêmica ou referencial. Nossos pais nos querem felizes, mas acima de tudo nos querem seguros.

Enxergar no outro semelhante, passível de todas as nossas qualidades e com a mesma capacidade de realização que a nossa é intrigante, e diria, com os valores que aprendemos a cultivar, quase impossível. Num contexto histórico, as diferenças raciais e culturais – presentes na linguagem, vestimenta, hábitos e valores próprios – sempre foram instrumento de subjulgamentos, nunca de equivalência. Mesmo a curiosidade natural no descobrir, não permitiu que os valores humanos sobrepujassem os ideais de sociedades de objetivo materialistas. E instituindo valores locais e idiossincráticos em verdades absolutas históricas, o homem transformou sua insegurança no muro intransponível que oculta às relações humanas baseadas na diferença.

Ser diferente é complementar e não subtrai nossas referências. Nessa composição de características e personalidades surgem grandes times de futebol, com canhotos e destros; importantes movimentos sociais, com profusão nas diferentes classes sociais; extraordinárias bandas musicais, com as habilidades de cada instrumentista e megalópoles como São Paulo, que na ignorância do paulistano médio, não reconhece que a identidade da cidade é a multi-referência.

Entre uma insegurança transformada em arrogância e um desrespeito aos valores e reflexões de cada um tem muito de intolerância. Entre buscar verdades remediáveis pra nossas angústias e olhar o outro com olhar de repulsa, só porque somos diferentes fervilha o caldo grosso e consistente da desigualdade.
E nessa insegurança diária, queremos ser “diferentes”, sendo melhores. Ter o carro diferente, o salário diferente, o relógio diferente e os sonhos diferentes para nós e para toda a humanidade (nosso mundo).

No oceano hipócrita dos mesmos valores, não somos diferentes, possuímos diferença. Por que não conseguimos ser diferentes de dentro pra fora, sem transformar a diversidade sempre em adversidade?

"... e cuidado com esse branco aí parado do seu lado, porque se ele passa fome, sabe como é. Ele rouba e mata um homem, seja você ou seja o Pelé. Você e o Pelé morreriam igual...” (Gabirel O Pensador)

sábado, 4 de abril de 2009

grande amor


Não é percebido na primeira taquicardia, no eminente suadouro das mãos, no frágil gaguejar de palavras impronunciáveis ou até mesmo a intimidade conquistada nos gemidos guturais de expressões impublicáveis. O tempo, e não a conquista e descoberta do outro, definem o grande amor. Essa composição, talvez infindável, de sentimentos, entendimentos e compreensões do outro, na sua plenitude errática de ser humano, no pacote imperfeito de defeitos e missões, no paradoxo da personalidade influenciada a cada 24 horas, na lição mais nobre que a sabedoria da natureza nos ensina intermitentemente: não sabemos nada, apenas as experiências nos constroem.
E essa troca constituída e acordada nas relações é que ajuda a formar o grande amor. Percebido, muitas vezes, melancolicamente, ao seu fim, quando se nota a falta do outro nas reentrâncias viscerais dos mais recônditos segredos. Entendido, quando o mundo desaba, o mundo de quem sonhava e agora desanda a chorar. Mas é fato também, que o grande amor está na importância em reconhecer – dolorosamente, é verdade – que não há mais caminhos, que estes não são sentidos, que há outros caminhos. E ser forte, em querer e desejar sinceramente, a felicidade do outro. Nesse momento se reconhece o grande amor, na nobreza da amizade e no sofrimento de quem admite que perde.


विदा cravada

Vida leviana de pensamentos levianos
De Genis e de Elenas
Que nos rodeia e nos seduz
Vem e me crava a dívida
No lugar da dúvida
Porque pagar com o amor
Será sempre melhor do que pagar com a incerteza

Vida dificil de dureza infalível
De suor e lágrima
Que nos cansa e nos entristece
Vem e me crava o sacrificio
No lugar do fácil
Para que se abra o caminho
Antes de que se feche um atalho

Vida infalivel e leviana
De Genis e de Lágrimas
Que nos rodeia e nos entristece
Vem e me crava o amor
No lugar do sacrifício
Porque é mais facil viver amando
Do que a dívida de ser amado.


Cássio Brito

Simples, mas de coração.


Depois de muita resistência à cultura da auto-exposição do mundo internético, entendemos que as idéias precisam ser compartilhadas, as reflexões precisam ser compreenddidas e as agruras da alma precisam ser escancaradas, pra nossa própria fuga, ou pra nosso próprio amadurecimento.
Canção da América é uma música de Milton Nascimento e Fernando Brant que fala de amizade. Depois de discutirmos um nome e um objetivo para este espaço, percebemos, eu e Cássio, que este não seria um manifesto político-social ou um singelo diário dos "grandes acontecimentos" cotidianos, mas um canal entre duas pessoas - eu aqui e ele na Espanha - unidas pela amizade. É isso. Decidimos nos "expor" ao falarmos de nós, para nós mesmos e sobre nós mesmos também, permitindo obviamente a participação de todos que fazem parte, de alguma forma, de nossas vidas. Agradeço a Spock pelo estímulo. Abraço a todos.

Escrito por Marco às 19h24